quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O rio


Quem ouve o silêncio de um mundo vazio ouve enfim a voz do vento. Lamentável fora a vida antes dela se tornar como tal, pois nunca a tivera visto como sendo um instante primeiro de que me devia ainda orgulhar. O que existe entre mim e o nada das coisas é exactamente este silêncio de que me detenho submisso desde que aqui me revejo como homem, como instante de vida humana. Antes de mim existira entre os homens um contíguo de pétalas róseas ao qual nunca se fizera comparação alguma. Hoje, o que restou de um milésimo de vida são apenas reflexos dos tempos que se não apagam, pois eles estarão sempre presentes, como as flores que hoje cravo nos lábios das mulheres que vejo passar em meus sonhos. Não vejo quantos ventos ainda hei-de de colher, vejo apenas a imagem de um rio que breve se me apresenta, fosse uma manifesta declaração de amor que a qualquer instante há-de chegar aos meus ouvidos.
Nok Nogueira
Rio, in. Pensamentos

2 comentários:

NAMIBIANO FERREIRA disse...

Caro Nok

Pedia autorizacao para publicar no meu blog, Ondjira Sul, esta sua postagem "O Rio". Respeito autorias e a fonte blogueira, também.

Kandandu
Namibiano Ferreira

NAMIBIANO FERREIRA disse...

Publiquei hoje, desculpe nao ter esperado pela autorizacao.
Veja aqui http://poesiangolana.blogspot.co.uk/2013/07/o-rio.html